sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O DINHEIRO


De fato, o dinheiro Constitui pesada responsabi­lidade para o seu possuidor.
Não compra a felicidade e muitas vezes torna-se responsável por incontáveis desditas.
Apesar disso, a sua ausência quase sempre se transforma em fator de desequilíbrio e miséria com que se atormentam multidões em desvario.
O dinheiro, em si mesmo, não tem culpa: 
não é bom e nem mau.
A aplicação que se lhe dá, torna-o agente do progresso social, do desenvolvimento técnico, do conforto físico e, às vezes, moral, ou causa de inomináveis Iesgraças.
Sua validade decorre do uso que lhe é destinado.
Com ele se adquire o pão, o leite, o medicamen­to, dignificando o homem pelo trabalho.
Sua correta aplicação impõe responsabilidade e discernimento, tornando-se fator decisivo na edifica­ção dos alicerces das nações e estabilizando o inter­câmbio salutar entre os povos.
Através dele irrompem o vício e a corrupção, que arrojam criaturas levianas em fundos despenhadeiros de loucura e criminalidade.
Para consegui-lo, empenham-se os valores da in­teligência, em esforços exaustivos, por meio dos quais são fomentados a indústria, o comércio, as realizações de alto porte, as ciências, as artes, os conhecimentos.
No sub-mundo das paixões, simultaneamente, dele se utilizando, a astúcia e a indignidade favorecem os disparates da emoção, aliciando as ambições desre­gradas para o consórcio da anarquia com o prazer.
Por seu intermédio, uns são erguidos aos pínca­ros da paz, da glória humana, enquanto outros são ar­rojados às furnas pestilentas do pavor e da desagrega­ção moral em que sucumbem.
Sua presença ou ausência é relevante para a quase totalidade dos homens terrenos.
Para o intercâmbio, no movimento das trocas de produtos e valores, o dinheiro desempenha papel pre­ponderante.
Graças a ele estabelecem-se acordos de paz e por sua posse explodem guerras calamitosas.

Usa-o sem escravizar-te.
Possui-o sem deixar-te por ele possuir.
Domina-o antes que te domine.
Dirige-o com elevação, a fim de que não sejas mal conduzido.
Mediante sua posse, faze-te pródigo, sem te tor­nares perdulário.
Cuida de não submeter tua vida, teus conceitos, tuas considerações e amizades ao talante do seu condici- onamento.
Previdente, multiplica-o a benefício de todos, sem a avareza que alucina ou a ambição que tresvaria.
De como te servires do dinheiro, construirás o céu da alegria ou o inferno de mil tormentos para ti mesmo.

Se te escasseia nas mãos a moeda, não te supo­nhas vencido.
Ter ou deixar de ter, importa pouco, na econo­mia moral da tua existência.
O importante será a posição que assumas em re­lação à posse.
Não te desesperes pela ausência do dinheiro.
Como há aqueles que se fizeram servos do que têm, os há, também, escravizados ao que gostariam deter.
O dinheiro é meio, não meta. Imprescindível colocar-te jubilosamente na situa­ção que a vida te brindou, padronizando as diretrizes e os desejos pessoais dentro dos limites transitórios da experiência educativa por que passas, conseqüência natural do mau uso que fizeste do dinheiro que um dia possuiste.
Por outros recursos poderás ajudar o próximo e erigir a felicidade pessoal, conforme as luminosas li­ções com que o Evangelho te pode enriquecer a vida.
Essencial é viver bem e em paz com ou sem o di­nheiro.

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