sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A LEI E O PREÇO DO PROGRESSO

Todos querem progredir, mas se esquecem de que o progresso tem o seu preço. O operário que sobe a um cargo de chefia paga essa elevação com o aumento da sua cota de responsabilidade. O homem ignorante, que adquire saber, assume novos compromissos perante a coletividade. A civilização que se desenvolve cria novas necessidades para si mesma e tem de supri-las com redobrado esforço. A evolução humana é acompanhada do desenvolvimento técnico e exige do homem maior controle de si mesmo.
A habilitação espiritual do homem para enfrentar o progresso foi proposta por Jesus nos princípios evangélicos. Desde o início do impulso do progresso que o Cristianismo deu ao nosso mundo, a carta de habilitação nos foi posta em mãos. Nela aprendemos a necessidade básica de amor ao próximo, de desapego aos bens terrenos, de orar e vigiar para que as tentações não nos empolguem; de tomar consciência da fragilidade humana e da responsabilidade do espírito, como ser imortal, diante das leis de Deus.
A lei de causa e efeito age em nosso destino como exigência de nossa própria evolução. Mas a lei do amor está em nós como providência divina que nos permitirá superar os efeitos negativos. O amor dissolve o mal. Quem ama repara voluntariamente as faltas do passado. Se a lei de renovação nos impele ao pagamento de pesados compromissos, o amor é o tesouro de que dispomos para adiantar esses resgates. Podemos pagar com amor o preço do progresso, ao invés de nos submeter-mos por negligencia à cobrança compulsória.
por Irmão Saulo - Do livro: Diálogo dos Vivos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

TEMPO DE AMOLAR O "MACHADO".

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador da região onde morava, cortava e empilhava madeiras das árvores que cortava.
O jovem o admirava, e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de cortar madeira.
Certo dia, o rapaz resolveu procurar o velho lenhador, no propósito de aprender com quem mais sabia.
Enfim ele poderia tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.
Passados apenas alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo, e que aquele senhor não era tão bom assim quanto falavam.
Impetuoso, afrontou o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores.
O experiente lenhador aceitou, sabendo que seria uma oportunidade para dar uma lição ao jovem arrogante.
Lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.
De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores sem parar.
Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum cansaço.
Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador, e qual não foi a sua surpresa, ao vê-lo sentado.
O jovem sorriu e pensou: Além de velho e cansado, está ficando tolo. Por acaso não sabe ele que estamos numa disputa?
Assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.
Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois, e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e medição.
Para a admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores que o jovem desafiante.
Este, espantado e irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, se, uma ou duas vezes que parara para olhar, o vira sentado e tranqüilo.
Ele, ao contrário, não havia parado ou descansado nenhuma vez.
O velho, sabiamente, lhe respondeu:
Todas as vezes que você me via assentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando o meu machado!
Reflitamos sobre o ensino trazido pelo conto.
Obviamente, com um machado mais afiado, o poder de corte do velho lenhador era muito superior ao do jovem.
Este, embora mais vigoroso na força, certamente não percebeu que, com o tempo, seu machado perdia o fio, e com isso perdia a eficácia.
Quando chegamos em determinadas épocas de nossas vidas, como o fim de mais um ano de trabalho, de esforço, de empreendimento, esta lição pode ser muito bem aplicada.
É tempo de amolar o machado!
Embora achemos que não possamos parar, que tempo é dinheiro, que vamos ficar para trás, perceberemos, na prática, que se não pararmos para amolar o machado, de tempos em tempos, não conseguiremos êxito.
Amolar o machado não é apenas descansar o corpo, é também refletir, avaliar, limpar a mente e reorganizar o nosso íntimo.
Amolar o machado é raciocinar, usar da inteligência para descobrir se estamos usando nossas forças da melhor forma possível. 
Assim, guardemos algum tempo para essas práticas realmente necessárias, e veremos, mais tarde, que nosso machado poderá cortar as árvores com muito mais eficiência

Redação do Momento Espírita com base em conto da obra S.O.S. Dinâmica de grupo, de Albigenor e Rose Militão. ed. Qualitymark

ESCORAS DA VIDA

Se não consegues usar a paciência, por te encontrares sob os constrangimentos de uma enfermidade qualquer, a inconformação apenas te agravará a luta orgânica, prejudicando-te o tratamento.

Se perdas de recursos materiais te dilapidaram as reservas econômicas e te afastas do trabalho, a fim de protestar contra o mundo, isso te colocará sob entraves maiores.

Se te revoltas ante a doença em pessoa querida, essa atitude ampliará o mal-estar na criatura enferma a quem te dedicas.
Se te rebelas contra o amigo que não mais te abraça os pontos de vista, semelhante comportamento te fixará no azedume sem razão de ser.

Se não aceitas as condições de trabalho a que a vida de destina e te negas à precisa renovação, nada mais obterás, além do desapontamento no desemprego.
Se não conservas a calma necessária, diante de ofensas e críticas, entrarás inevitavelmente nas grades da desesperação.

A paciência é a escora da paz em todas as crises e provações nas quais te vejas. Trocá-la por reclamação e cólera, descontentamento e intolerância, será sempre deixar a pequena dificuldade em que te encontras para cair na pior.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

PAI, MEU HERÓI!

"Haverá lugar mais seguro no mundo, do que os braços de meu pai?
Haverá abraço mais forte, presença mais certa, do que a certeza de meu pai?
Depois de partir tantas vezes, depois de lutar tantas vezes, haverá outro lar para onde eu possa voltar, senão para a mansão do coração de meu pai?
Haverá professor mais dedicado, médico mais experiente, conselheiro mais sábio do que este?
Haverá olhos mais zelosos, ouvidos mais atentos, lágrimas mais sentidas, sorrisos mais serenos do que os dele?
Existirá mais alguém no mundo que lute por mim como ele? Que se esqueça de suas necessidades pensando nas minhas? Que esteja lá, em qualquer lugar, a qualquer hora, por seu filho?
Existirá mais alguém no mundo que renuncie a seus sonhos pessoais por mim, e que chegue até a tornar os meus sonhares os seus próprios, por muito me amar, e por muito querer me ver feliz? Existirá alguém?
Raros são os corações como o dele. Raro como a chuva durante a estiagem. Raro como o sol nas noites eternas dos pólos terrenos.”
Nossos pais são únicos. São destas almas que Deus, em sua bondade sem fim, coloca em nossas vidas, para torná-las completas.
Nossos pais são únicos. São as estrelas que permanecem no firmamento, dando-nos a beleza e a luz da noite, sem nada exigir em troca.
São tão valorosos, que mesmo após se tornarem invisíveis aos olhos, e serem vistos apenas em fotografias e sonhos, continuam conosco, com o amor de sempre, com o abraço seguro de todas as horas.
É por tudo isso que preciso lhe dizer, pai, não somente hoje, mais em todas as manhãs que a vida nos proporcionar; que se meus passos são mais certos hoje, é porque souberam acompanhar os seus; que se hoje sou mais responsável, é porque minha responsabilidade se espelhou na sua; e que se hoje sonho em ser pai, é porque tive em você a maior de todas as inspirações.
Não sabemos ao certo o tempo em que estaremos juntos, aqui, nesta jornada, mas saiba que nada me fará mais feliz no futuro do que reencontrá-lo, tantas e tantas vezes, em tantas e tantas vidas, porque jamais existirá lugar mais seguro no mundo, do que os seus braços, meu pai querido.
Minhas preces têm em seus versos o seu nome.
Meu espelho tem as feições que seu semblante me emprestou.
Minha fé tem a sua certeza, a sua confiança.
Meu coração tem as sementes das suas virtudes, e o livro da história de minha felicidade, tem em todas suas páginas, a palavra “pai”.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no poema  “Os braços de meu pai” – autor desconhecido.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O CASAMENTO NO SEU ASPECTO RELIGIOSO.

Sem entendimento e respeito, conciliação e afinidade espiritual torna-se difícil o êxito no casamento.

Todos os pretendentes à união conjugal carecem de estudar as circunstâncias do ajuste esponsalício antes do consórcio, para isso existindo o período natural do noivado. Aspecto deveras importante para ser analisado será sempre o da crença religiosa.

Efetivamente, se a religião idêntica no casal contribui bastante para a estabilidade do matrimônio, a diversidade dos pontos de vista não é um fator proibitivo da paz da família. Mas se aparecem rixas no lar, oriunda do choque de opiniões religiosas diferentes, a responsabilidade é claramente debitada aos esposos que se escolheram um ao outro.

A tendência comum de um cônjuge é a de levar o outro a pensar e agir como ele próprio, o que nem sempre é viável e nem pode ocorrer. Eis por que não lhes cabe violentar situações e sentimentos, manejando imposições recíprocas, mormente no sentido de se arrastarem a determinada crença religiosa.

Deve partir do cônjuge de fé sincera a iniciativa de patentear a qualidade das suas convicções, em casa, pelo convite silencioso a elas, através do exemplo.

Não será por meio de discussões, censuras ou pilhérias em torno de assuntos religiosos que se evidenciará algum dia a excelência de uma doutrina.

Ao invés de murmurações estéreis, urge dar provas de espiritualidade superior, repetidas no dia-a-dia. Em lugar de conceitos extremados nas prédicas fatigantes, vale mais a exposição da crença pela melhoria da conduta, positivando-se quão pior seria qualquer criatura sem o apoio da religião.

Para os espíritas jamais será construtivo constranger alguém a ler certas obras, freqüentar determinadas reuniões ou aceitar critérios especiais em matéria doutrinária.

Quem deseje modificar a crença do companheiro ou companheira, comece a modificar a si mesmo, na vivência da abnegação pura, do serviço, da compreensão, do bom-senso prático, salientando aos olhos do outro ou da outra a capacidade de renovação dos princípios que abraça.

O cônjuge é a pessoa mais indicada para revelar as virtudes de uma crença ao outro cônjuge.

Um simples ato de bondade, no recinto do lar, tem mais força persuasiva que uma dezena de pregações num templo onde a criatura comparece contrariada.

Uma única prova de sacrifício entre duas pessoas que se defrontam, no convívio diário, surge mais eficaz como agente de ensino que uma vintena de livros impostos para leituras forçadas.

Em resumo, depende do cônjuge fazer a sua religião atrativa e estimulante para o outro, ao contrário de mostrá-la fastidiosa ou incômoda.

Nos testemunhos de cada instante, no culto vivo do Evangelho em casa e na lealdade à própria fé, persista de cada qual nas boas obras, porque, ante demonstrações vivas de amor, cessam quaisquer azedumes da discórdia e todas as resistências da incompreensão.