domingo, 21 de outubro de 2012

Transição Planetária


Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo. O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral
Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.
Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as conseqüências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.
Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.
Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de ser úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.
Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.
Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes, que estimulem ao avanço e à felicidade.
Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.
Os combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis.
A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.
Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade...
A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade.
A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude.
Há, em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante. A rebeldia que predomina no comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis conseqüências, que se avolumam em desaires contínuos.
É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espículos venenosos. Como as leis da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.
Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.
A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.
Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional. Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança. Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos. O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta.
Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande transição.
Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.
O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.
São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões.
Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.
A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como se ap resenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade. Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.
A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.
As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.
Enquanto viceje o mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição especial.
A dor momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.
Logo passado o período de aflição, chegará o da harmonia.
Até lá, que todos os investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.

Joanna de Ângelis.


(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ).

domingo, 9 de setembro de 2012

Coragem!



...Conserva a coragem na luta, seja qual for a situação.
Há caminhos menos difíceis de ser percorridos, no entanto, todos exigem que se os vençam.
Pensa-se que, pelo fato de estar-se trabalhando peto bem do próximo, não se enfrentam dificuldades e obstáculos.
É puro engano. Em toda parte e posição, a criatura humana é a mesma.
São Vicente de Paulo, que tanto se dedicou aos pobres, afirmava que estes "eram muito exigentes e ingratos".
Tem, pois, bom ânimo sempre.
A tua posse em relação aos bens terrestes é relativa.
Num mundo transitório, no qual tudo passa, o que agora te pertence, amanhã terá mudado de mãos.
Usa, mas não abusa dos recursos de que disponhas.
Não te escravizes ao que deténs por momentos, evitando-te sofrimentos quando se transfiram para  outrem.
Os únicos bens de duração permanente são os tesouros dos sentimentos, da cultura e das virtudes.
"Acumula tesouros no céu", ensina o Evangelho.
Joanna de Angelis

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A MORTE NÃO É NADA!!!


Ler este texto de Santo Agostinho certamente trará consolo para todos os que perderam seus entes queridos e acreditam na existência da alma e em uma vida após esta.

 
Eu somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram,
falem comigo como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
eu estou vivendo no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?

Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.

Santo Agostinho

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

VIVA E APRENDA A VIVER


Lembre-se que você é um Espírito imortal vivendo breve experiência num corpo físico.
Lembre-se que seu corpo é feito de matéria e, como tal, sofre o desgaste natural como tudo o que é matéria. Mas esse desgaste não atinge o Espírito.
Assim, quando você perceber que a sua pele está enrugando, lembre-se de que esse é um fenômeno que não alcança o Espírito.
Enquanto a sua pele enruga, seu Espírito pode ficar ainda mais radiante e mais iluminado.
Você não pode deter os segundos, nem evitar que se transformem em anos.
Não pode impedir que o seu cabelo caia ou se torne branco, mas isso não deve ser motivo para levar embora a vitalidade da sua alma imortal.
Sua esperança jamais poderá estar atrelada à sua forma física, pois o ser pensante que você é, é o mais importante e sobreviverá por toda a eternidade.
Sua força e sua vitalidade independem da sua idade.
Seu Espírito é o agente capaz de espanar a poeira do tempo.
Lembre-se de que você não é um corpo que tem um Espírito, é um Espírito temporariamente vivendo num corpo físico.
Chegará o dia que você encontrará uma linha de chegada e perceberá que logo à frente há outra linha de partida...
A vida é feita de idas e vindas... Partidas e chegadas.
Um dia você terá que abandonar esse corpo, mas jamais abandonará a vida...
Lembre-se que cada dia é uma oportunidade de viver e viver bem.
Se acontecer de cometer um engano, não detenha o passo, siga em frente pois logo adiante encontrará outro desafio...
A vida é feita de desafios... Vencemos uns, somos vencidos por outros, mas não podemos deter o passo.
E o maior de todos os desafios é vencer a si mesmo, usando a razão para não se deixar dominar por vícios e prazeres excessivos e prejudiciais.
Importante é não perder tempo vivendo de lembranças amargas e fotografias pela metade, amarelas e empoeiradas...
O dia mais importante é o dia de hoje... E hoje você tem a oportunidade de reescrever a sua história... Conhecer novas paisagens... Colecionar imagens de cores vivas.
Lembre-se que você é um Espírito feito de luz e a luz sempre pode suplantar as trevas... por mais densas que sejam.
O importante é que jamais detenha o passo...
Se as forças físicas não lhe permitem mais correr como antes, ande depressa.
Se algo o impedir de andar depressa, caminhe lentamente, mas siga em frente.
E, se por algum motivo, não puder mais caminhar sem apoio, use bengalas, muletas, cadeira de rodas. Mas vá em frente...
E se, um dia, você não puder mais movimentar seu corpo para continuar andando, voe com o pensamento.
Seu pensamento nada e ninguém poderá deter.
Você é livre para pensar, para aprender, para alcançar os céus em busca de esperança e paz.
O essencial é que você não pare nunca...
Deus não criou você para a derrota. Deus criou você para a vitória, para a felicidade plena. E essa conquista é a parte que lhe cabe.
Este é apenas um lembrete pois, um dia, um Sublime Alguém já nos disse tudo isso e nós esquecemos.
Esquecemos que Ele saiu do corpo mas jamais saiu da vida...
O Seu suave convite ainda paira no ar: Quem quiser vir após Mim, tome a sua cruz, negue-se a si mesmo, e siga-Me.
Esquecemos que Ele afirmou com convicção e firmeza: Nenhuma das ovelhas que o Pai Me confiou se perderá.
Eu sou uma de Suas ovelhas e você também é. Não importa a que religião você pertença. Não importa a que religião eu pertença.
Somos as ovelhas que o Criador confiou ao Sublime Pastor da Galileia, para que Ele nos ensine o caminho que nos conduzirá à felicidade plena.
* * *
Este é apenas um lembrete... que você pode até desconsiderar...
Mas uma coisa é certa: você não deixará de existir, como Espírito imortal que é e não evitará os percalços e as lições da caminhada, porque você, você é filho da Inteligência Suprema do Universo...
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 19 de julho de 2012

COM JESUS NO CORAÇÃO


O homem moderno, pesquisador da estratosfera e do subsolo, esbarra, ante os pórticos do sepulcro, com a mesma aflição dos egípcios, dos gregos e dos romanos de épocas recuadas. Os séculos que varreram civilizações e refundiram povos, não transformaram a misteriosa fisionomia da sepultura.
Milenário ponto de interrogação, a morte continua ferindo sentimentos e torturando inteligências.
Em todas as escolas religiosas, a Teologia, representando as diretrizes de patriarcas veneráveis da fé, procura controlar o campo emotivo dos crentes, acomodando os interesses imediatistas da alma encarnada. Para Isso, criou regiões definidas, tentando padronizar as determinações de Deus pelos decretos dos reis medievais, lavrados à base de audaciosa Ingenuidade.
Indubitavelmente, províncias de angústia punitiva e dor reparadora existem nas mais variadas dimensões do Universo, assim como vibram consciências escuras e terríveis nos múltiplos estados sociais; no entanto, o serviço teológico, nesse sentido, não obstante respeitável, atento ao dogmatismo tradicional e aos Interesses do sacerdócio, estabelece o “non plus ultra”, que não atende às exigências do cérebro, nem aos anseios do coração.
Como transferir imediatamente para o Inferno a mísera criatura que se emaranhou no mal por simples Influência da Ignorância? que se dará, em nome da Sabedoria Divina, ao homem primitivo, sedento de dominação e de caça? A maldição ou o alfabeto? Por que processo conduzir ao abismo tenebroso o espírito menos feliz, que apenas obteve contacto com a verdade, no justo momento de abandonar o corpo? Dentro das mesmas razões, como promover ao céu, em caráter definitivo, o discípulo do bem, que apenas se iniciou na prática da virtude? que gênero de tarefa caracterizará o movimento das almas redimidas, na Corte Celestial? formar-se-iam apóstolos tão só para a aposentadoria compulsória? como haver-se, no paraíso, o pai carinhoso cujos filhos fôssem entregues a Satã? Que alegria se reservará a esposa dedicada e
fiel, que tem o esposo nas chamas consumidoras? Estaria a Autoridade Divina, perfeita e ilimitada, tão pobre de recursos, a ponto de Impedir, além do plano carnal, o benefício da cooperação legítima, que as autoridades falíveis e deficientes do mundo incentivam e protegem? negar-se-iam possibilidades de evolução aos que atravessam a porta do sepulcro, em plena vida maior, quando na esfera terrestre, sob limitações de vária ordem, há caminhos evolutivos para todas as formas e todos os seres? a palavra “trabalho” seria desconhecida nos céus, quando a Natureza terrena reparte missões claras de serviço, com todas as criaturas da Crosta Planetária, desde o verme até o homem? como justificar um inferno onde as almas gemessem distantes de qualquer esperança, quando, entre os homens imperfeitos, ao influxo renovador do Evangelho de Jesus-Cristo, as penitenciárias são hoje grandes escolas de regeneração e cura psíquica? e por que meios admitir um céu, onde o egoísmo recebesse consagração absoluta, no gozo infinito dos
contemplados pela graça, sem nenhuma compaixão pelos deserdados do favor, que caíram, ingênuos, nas armadilhas do sofrimento, se, entre as mais remotas coletividades de obscuras, zonas carnais, se arregimentam legiões de assistência fraterna amparando ignorante. e infelizes?
São interrogações oportunas para os teólogos sinceros da atualidade. Não, contudo, para os que tentam conjugar esforços na solução do grande e indevassado problema da Humanidade O Espiritismo começou o inapreciável trabalho de positivar a continuação da vida além da morte, fenômeno natural do caminho de ascensão. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetrem-se nos diversos setores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a Imensidade. Ninguém morre! O aperfeiçoamento prossegue em toda parte. A vida renova, purifica e eleva os quadros múltiplos de seus servidores, conduzindo-os, vitoriosa e bela, à União Suprema com a Divindade.
Apresentando o novo trabalho, em que André Luis comparece rasgando véus, lembramo-nos de que Allan Kardec, o inesquecível codificador, refere-se várias vezes em sua obra à erraticidade, onde estaciona considerável número de criaturas humanas desencarnadas. Acresce notar, todavia, que transferir-se alguém da esfera carnal para a erraticidade -não significa ausentar-se da iniciativa ou da responsabilidade, nem vaguear em turbilhão aéreo, sem diretivas essenciais. No mesmo critério, observaríamos os que renascem no plano denso como pessoas transferidas da vida espiritual à materialidade, não simbolizando semelhante figura qualquer imersão inconsciente e estúpida nas correntes carnais. Como acontece aos que chegam à Crosta da Terra, os que saem dela encontram igualmente sociedades e instituições, templos e lares, onde o progresso continua para o Alto.
O homem é fruto de si mesmo, e que as leis divinas são eternas organizações de justiça e ordem, equilíbrio e evolução.
Naturalmente, a estranheza visitará os companheiros menos avisados e o sorriso irônico surgirá, sem dúvida, na boca, quase sempre brilhante, dos impenitentes incorrigíveis. Não importa, porém. Jesus, que é o Cristo de Deus, recebeu manifestações de sarcasmo da ignorância e da leviandade... Por que motivo, nós outros, simples cooperadores de “outro mundo”, teríamos de ser intangíveis?
Prossigamos, pois, no serviço da verdade e do bem, cheios de otimismo e bom ânimo, a caminho de Jesus, não com Jesus na boca e sim dentro do nosso coração nos guiando com seu imenso amor e carinho.
EMMANUEL

sábado, 9 de junho de 2012

Basta de Dúvidas e Incertezas!

Irmãos Queridos.
Diante dessa crise que se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé, de coragem e de estímulo.
Estamos irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. Durante vários dias estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número de médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a gradação que lhe forem peculiares.Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha.
Há urgente  necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações. A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, vêem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis. É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado.
Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável.O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta.
Diante desse quadro de forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer reações. Portanto, cabe aos espíritas o dever de lutar pela transformação deste estado geral. Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de otimismo e de esperança!
Que vocês levem a nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo, transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país acrescer e a caminhar no rumo do progresso. São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.
Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que “Jesus está no leme!” e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho. Sejamos solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas também, que a solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos almejado.
E não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós”.
Eurípedes Barsanulfo
Mensagem recebida no Centro Espírita “Jesus no Lar” -Médium - Suely Caldas Schuber

quarta-feira, 21 de março de 2012

IMPULSOS DOENTIOS PERVERSOS


O equilíbrio da personalidade resulta do fenômeno de integração do ego com o corpo sob o comando da mente.

Quando se rompe essa harmonia, face às pressões que a impulsionam, advêem transtornos emocionais que conduzem a comportamentos doentios com impulsos mórbidos.

O ego age de forma consciente, o que não significa uma conduta correta, enquanto que o corpo reage às situações de forma impulsiva, automaticamente, sendo duas correntes de forças que se devem unir para dar curso a uma personalidade unitária. Ocorrendo a reação de uma contra outra, surge uma fissura que leva à conduta de autonegação com as suas conseqüências perversas.

A manutenção da harmonia das duas forças depende do grau de vitalidade, de energia do indivíduo, que o capacita ou não ao enfrentamento.

Todo o esforço, portanto, deve ser empreendido, a fim de ser mantido o controle da conduta, de forma que as ações voluntárias — do ego — e as inconscientes —do corpo — não se oponham, antes convirjam para o equilíbrio do ser integrado.

A ruptura dessa harmonia, liberando a alta carga de tensão de uma que se volve contra a outra, conduz ao estado esquizofrênico.

Em razão das emoções, o ego não mantém sempre sobre o corpo a mesma quantidade de força, o que faculta melhor equilíbrio com ele, em decorrência dessa oscilação que diminui a carga de excitação sobre a personalidade.

Diz-se que o comportamento autodestrutivo, decorrente dos impulsos doentios, é de origem mental exclusivamente.

Sem que seja descartada essa hipótese, as suas raízes porém, estão fincadas em experiências anteriores do Espírito que se é, responsável pela estrutura do corpo em que se está, elaborando os conflitos e a ruptura da personalidade.

O Espírito que, anteriormente, malbaratou a oportunidade de crescimento moral através de ações nefastas, enredou-se em forças vibratórias de grave conteúdo destrutivo, renascendo em lar difícil para o ajustamento efetivo, em clima de desafios de vária ordem para a aprendizagem comportamental, conduzindo a carga de energia necessária ao equilíbrio da personalidade que lhe cabe administrar.

Os fatores hostis que defronta são a auto-herança que recebe, a fim de bem aplicá-la para conseguir valores edificantes.

Na contabilidade desse espólio encontram-se saldos negativos sob a fiscalização atenta daqueles que foram lapidados e aguardam oportunidade para a cobrança.

O despertar da consciência, a pouco e pouco abre espaço para a identificação da culpa, tornando-se instrumento de autopunição com tendência maníaca para a autodestruição.

As energias em desacordo — o ego atormentado e o corpo deficiente — entram em choque e produzem a desarmonia da personalidade. Os conflitos assomam àconsciência e os complexos tomam corpo, açoitando os sentimentos com insegurança, medo, isolacionismo, abandono do amor e ausência de si mesmo assim como das demais pessoas.

Os comportamentos de autonegação surgem e abrem campo para os de autopunição levando o ser ao desequilíbrio.

Nem sempre o paciente se homizia na depressão que o afasta do meio social, mas foge também para um estado interior de autodepressão, de desprezo pelo Si, embora a aparência externa permaneça e transmita uma imagem simpática, de estar bem sucedido, de encontrar-se sorridente e de ser feliz. O tormento íntimo porém, devora-o, porque simultaneamente o ego investe contra o corpo que passa a detestar.

Muitas síndromes expressam essa luta, em forma de autodesconsideração e de auto-agressão.

Nesse campo de batalha, a imagem do indivíduo se torna detestável, e é necessário castigar o corpo, mediante dietas rigorosas e autopunitivas, caindo em distúrbios de anorexia ou de bulimia, nunca satisfazendo-se com os resultados obtidos.

Em casos mais inquietantes, ei-lo que recorre à cirurgia plástica para alterar contornos, mudar a aparência, por vicejar a insatisfação interior, refletindo-se na forma externa.

Em algumas ocasiões, o desleixo procura matar essa imagem detestada, e a insegurança íntima conduz à glutoneria, que lentamente deforma, e, subconscientemente, mata o corpo.

A perda de identidade decorre da fragmentação da personalidade causando danos profundos à conduta que se extravia dos padrões sociais aceitos, adotando atitudes grotescas, alienando-se, buscando, nas suas fugas, aceitações exóticas em clãs hippies, punks, skinheads ou equivalentes...

O alcoolismo, o tabagismo, o consumo de drogas, o desvario sexual, ou a autocastração violenta deterioram o corpo e a personalidade, enquanto o ego implacável se consome nessa luta infeliz.

Nesse capítulo, surgem as interferências obsessivas compartilhadas, nas quais as antigas vítimas se acercam e hipnoticamente, a princípio, e depois, subjugadoramente, apossam-se-lhe do controle mental e corporal, caindo, mais tarde, na própria armadilha, e passando a experimentar os mórbidos prazeres da vingança, enquanto lhe vivencia também os vícios.

Os impulsos autodestrutivos inerentes ao atormentado são estimulados pelas mentes desalinhadas que lhe sofreram prejuízos, e agora lhe aumentam a força desintegradora da existência física.

Outrossim, o fenômeno também ocorre quando pessoas que se sentem prejudicadas descarregam as vibrações mentais deletérias contra aquele que lhes teria sido o responsável, impondo-lhe, pelo ódio, pelo ressentimento, pela inveja, altas cargas perniciosas, que são assimiladas em forma de tóxicos violentos e destrutivos.

A culpa inconsciente proporciona-lhe a sintonia com essas mentes e o sentimento de autopunição colabora para que ocorra o desastre destrutivo por elas desencadeado e aceito pelo paciente.

O desamor, que decorre do conflito pela falta de harmonia entre o ego e o corpo — ausência de prazer e de emulação para a vida — não permite o direcionamento da afetividade a outrem, nem aos meios social e ambiental, produzindo aridez emocional interior, ausência de calor de sentimento, que são incompatíveis com a vida e as suas metas.

O ser humano é estruturado para alcançar os patamares sublimes da harmonia, programado para a plenitude, o samadhi, o nirvana, o reino dos céus, a perfeição...

A busca do prazer o conduz ao encontro da felicidade — esse equilíbrio entre o psíquico, o emocional e o físico — quando se poderá libertar das experiências reencarnatórias.

Para esse cometimento o amor é preponderante, indispensável por produzir estímulos e gerar energias que mais vitalizam, quanto mais são permutados.

Uma existência saudável caracteriza-se pela expansão do amor em sua volta, irradiando-se do fulcro interno dos próprios sentimentos.

Quando viceja no ser, orienta a personalidade, que se faz dúctil e comanda o equilíbrio do ego com o corpo, em razão de ser a força dinâmica do Espírito em expansão.

Autodesenvolve-se, porque, ao estímulo da irradiação potencializa-se no Psiquismo Cósmico da Divindade de que procede, vibrando em todos e em toda parte esparzindo equilíbrio, desde as galáxias às expressões microscópicas.

Nas suas manifestações iniciais responde como fonte geradora de prazer, a fim de alcançar a emoção da paz plenificadora — ausência de dor, de ansiedade, de busca, de qualquer inquietação...

É o amor o antídoto, portanto, das doenças modernas, decorrentes da massificação, da robotização, da perda do Si, porque é a alma da Vida, movimentando o Universo e humanizando o princípio inteligente, o Espírito, no processo de conquista da angelitude.

terça-feira, 20 de março de 2012

AUSÊNCIA DE ALEGRIA

Afastando a pessoa da sua realidade, retirando-lhe a individualidade, o mergulho no grupo torna-a amarga, desinteressada de si mesma, sem objetivo, passando a agir conforme a maioria prefere, adquirindo aquilo que o consumismo informa ser o mais procurado, e nesse caso, o senso crítico esmaece e o humor se entorpece, desaparecendo.
Passando a aceitar o que lhe é impingido pela propaganda, a sua capacidade de dizer basta desfalece enquanto afogado nas sucessivas e rápidas informações, e tem diminuído o aprofundamento nos conteúdos, retirando o prazer de conhecer, sendo conduzido à ilusória sensação de estar a par de tudo o que acontece, assim perdendo-se na variedade das notícias.
Graças a esse procedimento aprende a gostar do que lhe é imposto de forma autoritária, tendo as emoções robotizadas, porqüanto o seu humor se expressa no riso em esgar ante o grotesco, o vulgar, sem o prazer de expressar a própria emoção de júbilo. 
Qual ocorre com a representação televisiva, o riso da platéia — quase sempre selecionada e paga pela produção dos programas — é antinatural, decidido por alguém que sinaliza os momentos hábeis, desinteressantes, sem sentido. 
Na sociedade computadorizada, ser espontâneo é quase um sacrilégio, é uma aberração. 
O humor torna-se cada vez mais chulo, agressivo, não traduzindo alegria, satisfação ou a hilaridade que libera enzimas proporcionadoras de saúde e auxiliares da imunização do organismo. 
Evita-se sorrir ou tem-se medo de fazê-lo. Acredita-se que não existem razões para a alegria e o senso de humor desaparece a pouco e pouco, substituído pela carantonha e pelo azedume. 
A perda do senso de humor equivale ao desaparecimento do sentido da vida, dos seus objetivos e meios de realização.
A conquista do significado existencial dá-se mediante a aquisição da capacidade crítica, do discernimento ante a verdade, da coragem de ser-se autêntico, que a vulgaridade destrói em razão das conveniências e descaracterizações da pessoa como indivíduo.
Conta-se que Dionísio, de Siracusa, na Sicilia, fora um rei autoritário e cruel, que se apresentava como poeta autoconfiante no valor das suas composições, face aos aplausos exuberantes que lhe concediam os bajuladores.
Logo terminava um poema, lia-o para os admiradores que, hipócritas, lhe exaltavam qualidades inexistentes.
Supervalorizando-se, e presunçoso, o rei mandou chamar Filoxeno, que era filósofo e poeta de caráter reto, sempre fiel à verdade.
O rei, diante dos fanáticos, leu para o convidado diversos poemas, e depois indagou-lhe a respeito da qualidade dos mesmos.
Sem titubear, Fioxeno afirmou que os versos eram destituídos de valor, e que não justificavam o rei dedicar-se à sua elaboração, por faltar-lhe inspiração e destreza poética.
Diante dos falsos admiradores, que acompanhavam a audácia do homem crítico e verdadeiro, o rei, irado, mandou encarcerá-lo.
Passado um largo período, e desculpando-lhe a ofensa, graças a uma carta dos súditos, o rei mandou libertar o filósofo e trazê-lo à sua presença.
Como houvera composto um recente poema, ao qual atribuía significado literário e artístico, leu-o com emoção diante dele e da corte, e, ao concluí-lo, indagou ao recém-liberto o que achava.
Todos, na sala do trono, louvavam a métrica, o conteúdo de rara beleza e a forma da composição.
Fioxeno, que permanecera em silêncio durante todo o tempo, acercou-se de dois guardas ali postados, e pediu-lhes:
— Voltem a encarcerar-me, porque o poema continua de má qualidade e o seu criador não possui dom poético.
Ante o estupor que tomou a todos, Dionisio, que também amava a coragem, embora contrariado, libertou o filósofo que partiu em paz.
A livre expressão digna e a coragem de vivenciá-la são decorrências da capacidade de manter-se o senso critico e de ter-se consciência do que se faz e se diz, definindo o indivíduo livre e consciente.
O filósofo Bertrand Russell e o apóstolo Mohandas Gandhi, dentre muitos outros homens e mulheres admiráveis, foram encarcerados mais de uma vez, por expressarem a sua crítica ao sistema arbitrário sob o qual viviam e lutaram
para mudá-lo, tornando-se exemplos honrosos para a humanidade.
A consciência do Si possui a nobreza de identificar a vida e a sua proposta, oferecendo alegria sem jaça na experiência humana. Apresenta facetas agradáveis e desconcertantes, que são selecionadas e, com bonomia, aceitas e vividas. Enseja a oportunidade de rir-se e de fruir-se o prazer que emula ao prosseguimento da existência. 
Essa faculdade expressa o júbilo, o sentido de humor, e permite que o indivíduo saudável ria até de si mesmo, dos seus equívocos, sabendo dosar o sal que lhe élícito colocar nos acontecimentos cotidianos, para fazêlos apetecíveis.
Assim agindo, liberam-se enzimas que mantêm o equilíbrio psicofísico e bloqueiam-se toxinas prejudiciais que envenenam. 
O esforço para se preservar o sentido de humor, a capacidade crítica, a busca do prazer e a própria individualidade é um desafio que deve ser aceito em favor do crescimento intelectomoral e do desenvolvimento espiritual, que constituem as metas da vida, e que o movimento ciclópico dos dias hodiemos não tem direito de entorpecer, facultando a instalação das enfermidades que decorrem da automação, da robotização, liberando o ser para a alegria.

terça-feira, 13 de março de 2012

CONDENAÇÃO E SANÇÃO


“Nem eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.” JOÃO:8-11.
Examinando-se com acuidade o incidente evangélico sobre “a mulher adúltera”, merece consideremos melhor as palavras do Senhor em relação ao problema em pauta. Apressadamente, poder-se-ia dizer que Ele sancionou o adultério, pela forma como considerou o drama da infortunada mulher. Entretanto, informando que “tampouco” a condenava, não quis dizer que ela estava indene à necessária reeducação e recuperação do patrimônio moral mal aplicado. Daí o impositivo de ser necessário não mais pecar, de modo a não complicar a responsabilidade que se lhe agravava. Enquanto laborava em erro, ignorando as conseqüências, menores eram as suas responsabilidades.
Clarificada, agora, pela misericórdia e pelo ensejo reparador, já não seriam as mesmas as circunstâncias em que se movimentaria.
Somente possuindo a verdadeira autoridade moral pode alguém condenar. Portador, no entanto, da excelente virtude do amor e da excelsa honradez, Ele próprio demonstrou que a não condenava, como a ensinar que nos não cabe a nenhum de nós, a precipitação condenatória, em razão de ignorarmos os antecedentes da falta, os verdadeiros culpados, e aqueles por ela responsáveis.
Muitas vezes, quando alguém cai, foi empurrado à queda; quando deserta, foi levado à fuga; quando maldiz, foi conduzido ao desespero. O criminoso, enfim, deste ou daquele teor, foi, possivelmente, impulsionado por outrem à consecução da tragédia num momento infeliz.
Enquanto a desditosa permanecia sob o julgamento apressado do populacho, o Senhor pensava no adúltero, que a ela se unira ou que, talvez, a induzira ao erro. Absolvido, tacitamente, por conivência social, não estava, todavia, sancionado... Outrossim, considerava o esposo, irregular no cumprimento do dever conjugal, causador, possivelmente, da loucura perpetrada pela companheira atormentada.
Por isso, não a condenou. Compreendendo-lhe o drama íntimo, em forma de infortúnio e insegurança emocional, soezes, foilhe benigno, sem que, por essa forma, facultasse licitude ao equívoco moral... Diante dos que padecem esta ou aquela ulceração moral, reserva-te compaixão e caridade.
Ao lado dos emaranhados na criminalidade, faculta-te amor e bondade. Instado a opinar desfavoravelmente sobre alguém, penetra-te de prudência e sensatez, aplicando o medicamento da compreensão e da fraternidade. Os infelizes já expiam na própria desdita dos equívocos em que se comprazeram, não te competindo atormentá-los mais, infligir-lhes punições mais severas...
Em qualquer circunstância da tua vida, lembra-te de Jesus que, podendo condenar e impor reparações, usou da inquestionável força do amor, a fim de ajudar os aturdidos, nunca, porém, do ácido da acusação intempestiva para desorientá-los mais.
Certamente há leis e homens que a sociedade encarregou do mister da justiça. Ajuda-os sem te imiscuíres em atribuições que te não dizem respeito. Se convocado inesperadamente à posição de inquisidor ou julgador implacável, pergunta-te: “Que faria Jesus em meu lugar?”, e aplica o balsâmico medicamento da esperança sobre a ferida pútrida do padecente, acenando-lhe com o amanhã de bênçãos que a todos alcança.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O DEVER


O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais ínfimas particularidades, como nos atos mais elevados. Quero aqui falar apenas do dever moral e não do dever que as profissões impõem.
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; como determiná-lo, porém, com exatidão? Onde começa ele? onde termina? O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós.
Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal que pode fazer. Com relação ao bem, infinitamente vário nas suas expressões, não é o mesmo o critério. A igualdade em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos.
O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta; é austero e brando; pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. E a um tempo juiz e escravo em causa própria.
O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores da Humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos. - Lázaro. (Paris, 1863.)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

BRILHE VOSSA LUZ


Meu amigo, no vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva.
A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções. Mas ainda mesmo no terreno das emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há sofredores inveterados que outra coisa não demandam além do sofrimento, pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos. Suprem a mente de torturas contínuas e não pretendem construir senão a piedade alheia, sob a qual se comprazem.
Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas que apenas solicitam motivos para o sarcasmo de que se alimentam.
Observamos os discutidores que devoram páginas respeitáveis, com o único objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
Reparamos os temperamentos enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais, através de livros menos dignos, com a incompreensível alegria de quem traga envenenado licor.
Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento, de prazer barato, de revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
O discípulo de Jesus, porém - aquele homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória -, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre...
Para os companheiros que esperam a vida renovada em Cristo, famintos de claridade eterna, foram escritas as páginas deste livro despretensioso. VINHAS DE LUZ
Dentro dele, não há palavras de revelação sibilina.
Traduz, simplesmente, um esforço para que nos integremos no Evangelho, celeiro divino do nosso pão de imortalidade.
Não é exortação, nem profecia.
É apenas convite.
Convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.
Brilhe vossa luz! - proclamou o Mestre.
Procuremos brilhar! - repetimos nós.
EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 25 de novembro de 1951.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ENQUANTO TEMOS TEMPO

“... Enquanto temos tempo, façamos bem a todos...”
– Paulo.(Gálatas, 6:10).

     Às vezes, o ambiente surge tão perturbado que o único meio de auxiliar é fazer silêncio com a luz íntima da prece.
     Em muitas circunstâncias, o companheiro se mostra sob o domínio de enganos tão extensos que a forma de ajuda-lo é esperar que a vida lhe renove o campo do espírito.
     Aparecem ocasiões em que determinado acontecimento surge tão deturpado que não dispomos de outro recurso senão contemporizar com a dificuldade, aguardando melhores dias para o trabalho esclarecedor.
     Repontam males na estrada com tanta força de expansão que, em muitos casos, não há remédio senão entregar os que se acumpliciam com eles às conseqüências deploráveis que se lhes fazem seguidas.
     Entretanto, as ocasiões de construir o bem se destacam às dezenas, nas horas do dia-a-dia.
     Uma indicação prestada com paciência...
     Uma palavra que inspire bom ânimo...
     Um gesto que dissipe a tristeza...
     Um favor que renova a aflição...
     Analisemos a trilha cotidiana.
     A paz e o concurso fraterno, a explicação e o contentamento são obras morais que pedem serviço edificante como as realizações da esfera física.
     Ergue-se a casa, elemento a elemento.
     Constrói-se a oportunidade para a vitória do bem, esforço a esforço.
     E, tanto numa quanto noutra, a diligência é indispensável.
     Não vale esperança com inércia.
     O tijolo serve na obra, mas nossas mãos devem buscá-lo.

Livro: “Palavras de Vida Eterna” – Psicografia: Francisco C. Xavier- Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

DITOS DE JOANNA DE ANGELIS


A paciência é a virtude que te auxiliará na conquista dos bens do corpo, da alma e da sociedade.
Ela ensina a técnica de como se deve aguardar, quando não se pode ter imediatamente o que se deseja.
Jamais te irrites.
A paciência te auxiliará a tudo vencer.

Quando estiveres em dúvida, resolve pela atitude menos prejudicial ao próximo e a ti próprio.
Evita arriscar-te e arruinar outras pessoas.
Age em serenidade, certo de que o teu gesto repercutirá nas demais pessoas, de acordo com a emoção e o conteúdo de que serevista.

Não ambiciones demasiadamente.
"Quem muito abarca, pouco aperta" — afirma o refrão popular.
A ambição desmedida enlouquece, quando já não infelicita antes.
Cuida de lutar pelo necessário, repartindo o que te exceda, certamente, fazendo falta a outros.

Faça um exame de consciência, quando possas e quantas vezes te seja viável.
Muitas queixas e reclamações desapareceriam se o descontente analisasse melhor o próprio comportamento.
Sempre se vê o problema na outra pessoa e o erro estampado no semblante do outro.
Normalmente, quando alguém te cria dificuldades e embaraços está reagindo contra a tua conduta, à forma como te expressaste e à maneira como agiste.

Tem a coragem de examinar-te com mais severidade, rememorando atitudes e palavras.
Ao descobrires erros, apressa-te em corrigi-los; busca aquele a quem magoaste e recompõe a situação.
Não persevere em erro, seja qual for a justificação.

Lê uma pequena página, cada dia, na qual encontres alento e inspiração.
Incorpora este dever aos teus hábitos.
Ela te enriquecerá de júbilo, clareando as nuvens que possam envolver-te nas horas
seguintes e arrimando-te ao bem-estar, caso suceda alguma surpresa desagradável.
Todas as pessoas necessitam de um bom conselheiro e, nessa página, que extrairás do Evangelho, terás a diretriz de segurança e a palavra de sabedoria para qualquer ocorrência.
Se os homens reflexionassem um pouco mais antes de agirem, evitariam males incontáveis.
Já que outros não o fazem, realiza-o tu!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MOMENTOS DE MEDITAÇÃO

A vida moderna, rica de divertimentos e pobre de Espiritualidade, arrasta o homem para o exterior, para os jogos dos sentidos, em detrimento da harmonia que lhe deve constituir a base para quaisquer outras realizações, sem a qual ruem todas as suas construções, sempre efêmeras na sua realidade aparente.

Sucessivas ondas de alucinados são jogadas nas praias do mundo, logo seguidas pelas dos deprimidos, ansiosos, insatisfeitos como a denunciar a falência dos valores ético-morais do momento e das ambições tecnológicas que não felicitaram a criatura humana.

O descalabro e o absurdo campeiam, à solta, ao lado da corrupção de todo matiz, desenfreada, conspirando contra os ideais de nobreza, de justiça e de harmonia da Vida.

Há uma vaga imensa de descrença do homem pelo homem e uma terrível indiferença pelo amanhã, arrojando os indivíduos na corrente do desespero público ou mal controlado em ameaça crescente contra a cultura, a civilização, a família, o matrimônio, o amor...

É verdade que surgem, na grande noite, estrelas luminíferas, diminuindo a trágica sombra, numa demonstração de que o amor é imbatível e o bem jamais será asfixiado nas malhas espessas do mal.

Constituem portos de abrigo e, ao mesmo tempo, tornam-se bússolas que apontam o rumo, chamando grande número de indivíduos a uma mudança imediata de comportamento mental e moral.

Corporificando-se, no mundo, suas vozes convidam à razão, à reflexão e demonstram a excelência da paz e os bens que esta propicia a quem se lhe deixa penetrar.

Já não há outra alternativa: a paz ou o desespero! Por intuição e lógica, o homem sente que está destinado à grandeza, para a qual avança.

Os impedimentos atuais são-lhe desafios que lhe cumpre vencer, e o logrará com algum esforço e dedicação.

Estejamos atentos sobre os nossos pensamentos, atos e fazimemtos. Não nos devemos englobar no nadaísmo. Temos que anelar pela renovação íntima, passo inicial para lograr a harmonia

São momentos de meditação.

Não são regras adrede estabelecidas.

Nem exercícios de maceração ou sacrifício.

São colocações, simples e oportunas, de fácil aplicação e imediatos resultados positivos.