Diante
dessa crise que se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de
pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país
atravessa, nós, os seus companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa
mensagem de fé, de coragem e de estímulo.
Estamos
irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo
realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. Durante vários dias
estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número de
médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa
vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a
gradação que lhe forem peculiares.Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha.
Há
urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos
corações. A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão
grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando
realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível,
vêem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios,
esbarrando em barreiras quase intransponíveis. É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de
fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do
desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que
brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos,
de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado.
Os
espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever
inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e
despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos
destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa
vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa.
Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo
desânimo, este vírus de perigo inimaginável.O desânimo e seus
companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam
juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os
grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio,
as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por
inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se
alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta.
Diante
desse quadro de forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer
reações. Portanto, cabe aos espíritas o dever de lutar pela
transformação deste estado geral. Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que
haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente
sofredoras e abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um
clima de paz, de otimismo e de esperança!
Que
vocês levem a nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo,
transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar o
nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos
efetivamente o nosso país acrescer e a caminhar no rumo do progresso. São
essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si
mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a
crer e lutar por um futuro melhor.
Meus
irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que “Jesus está no
leme!” e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que
somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho. Sejamos solidários,
sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso
alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo
transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas
também, que a solidariedade exista em nossas fileiras, para que
prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do
futuro de paz por todos almejado.
E
não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será
a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e
vivido por cada um de nós”.
Eurípedes Barsanulfo