A atualidade do pensamento de Jesus surpreende os mais
cépticos estudiosos da problemática humana, sempre complexa e desafiadora,
nestes dias.
Profundo conhecedor da psique, Jesus penetrava com
segurança nos refolhos do indivíduo e descobria as causas reais das aflições
que o inconsciente de cada um procurava escamotear.
Não se permitindo derivativos nem adiamentos,
enfrentava as questões com elevado critério de sabedoria, que desnudava as mais
intrincadas personalidades psicopatológicas, propondo com
rigor a terapia compatível, elucidando quanto à
responsabilidade pessoal e eliminando a sombra projetada sob a qual muitos se ocultavam.
Por processos mais demorados, a psicologia profunda
chega, no momento, às mesmas conclusões que Ele lograva com facilidade desde há
dois mil anos.
Roberto Assagioli, por exemplo, com sua psicossíntese,
penetrou nas causas das enfermidades, apoiando-se na realidade “transpessoal”
do ser como fator desencadeante das mesmas.
Abraão Maslow descobriu a “psicologia do ser” e abriu
espaço para o seu entendimento profundo em relação à psicogênese das
enfermidades que deterioram a personalidade do homem.
Groff, relacionando a mente com o cérebro, vai mais
além e defronta o ser imortal como agente de inúmeras psicopatologias.
Melanie Klein e Carl Johnson, de origem freudiana,
propõem para os esquizofrênicos terapêuticas fundamentadas no amor, na caridade,
no perdão cristão como as de maior eficácia, embora se reconheçam arreligiosos.
A personalidade marcante de Jesus impressionava, de
forma indelével, todos aqueles que O encontravam.
Identificado com Deus, demonstrava-O em todos os Seus
passos, conclamando os ouvintes à conquista da realidade – o reino dos céus –
que se encontra no imo de cada um.
A Sua proposta de aferição de valores – os materiais
com os espirituais – oferecia a excelente oportunidade para o despertamento mental
a respeito da vida e a conseqüente experiência
vivencial em clima de harmonia íntima, com uma
identificação entre as possibilidades e as circunstâncias existenciais.
Sem utilizar-se de expressões e conceitos
interpolados, falava uma linguagem de simples apreensão pela massa ignorante e
pelas mentes elitizadas que O buscavam.
Extraordinário narrador de histórias, uma das artes
mais difíceis na área do discurso, e poeta ímpar, em razão das imagens puras na
sua riqueza de cores e de significado, os Seus ensinamentos eternizaram-se,
reconhecidos como dos mais belos jamais anotados pela gnose.
O sermão da montanha, considerado a “carta magna dos
direitos humanos”, é um desafio de não-violência, próprio para esta época,
assim como foi para aquela em que Ele o enunciou. Os que
o ouviram, jamais se desimpregnaram da sua magia
incomparável.
Não somente, porém, Jesus é atual pelas terapias de
amor e pelos ensinamentos que propõe ao homem contemporâneo, mas, também, pelo
exemplo de felicidade e exteriorização de paz que
irradiava.
Enquanto as ambições desregradas conduzem as
inteligências ao paroxismo e à alucinação da posse, da fama, da glória, das disputas
cegas, Ele ressurge na consciência moderna em plenitude,
jovial e amigo, afortunado pela humanidade e a
segurança íntima.
A atualidade necessita urgentemente de Jesus
descrucificado, companheiro e terapeuta em atendimento de emergência, a fim de evitar-lhe
a queda no abismo.
É de extrema necessidade revisarmos situações
contemporâneas com ocorrências do cotidiano que aturdem a civilização, buscando
respostas da conduta na terapia de Jesus, cujos resultados, obviamente, são a
saúde, a paz e a felicidade como experiências ainda não fruídas individual e
coletivamente pelos homens.
Joanna de Ângelis.
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