domingo, 14 de abril de 2013

AFETOS




O problema da afetividade, na Terra, tem raízes profundas no passado espiritual de cada homem, como conseqüência natural de antigos comportamentos, em relação aos inapreciáveis valores da vida. Constitui regra fundamental, na Legislação Divina, que cada SER possuirá, no trânsito carnal, quanto lhe signifique oportunidade de ascensão espiritual, devendo responder pela aplicação dos bens que frua, seja nas largas faixas da saúde, da felicidade e da fortuna ou da dificuldade econômica, do sofrimento e da soledade.
Todo desperdiço, em qualquer circunstância, faz-se geratriz de escassez. Da mesma forma, todo uso desordenado torna-se fator de abuso e desequilíbrio, em complicado processo de saturação...
As amplas expressões da afetividade que antes desfrutavas, transformaste, por negligência ou insânia, em rota estreita de padecimento, por onde agora carpes amargos estados dalma.
O que ora te falta, arrojaste fora. Quem hoje te significa muito e é disputado por competidores vigorosos em relação às tuas fracas possibilidades, já não te pertence. Mesmo que te doam as fibras do coração aceitar esta situação, resigna-te às circunstâncias punitivas e prossegue sem desfalecimento. Não te atires em lôbrega disputa. O que agora não consigas, ser-te-á ofertado depois, se te credenciares através de merecimento superior. O amor entre as criaturas, não raro, se faz cadeia ou algema, quando o desatino não converte em escravidão ou loucura. Olha em derredor: há necessidades de muito porte, pranteando aflições mais rudes que as tuas. Aqui é a fome, ali é a enfermidade, além é a obsessão avassalando antigos comparsas do desregramento... Carpem, é verdade, necessitando, no entanto, de socorro. Transforma, assim as conchas das tuas mãos vazias de carícias recebidas e envolve esses outros caminhantes da amargura e da solidão com a ternura que podes ofertar. Certamente, o teu é o drama da falta de alguém que te possa refertar o espírito, dando-te tranqüilidade, segurança.
Estará, porém, alguém, na roupagem carnal, em regime de harmonia?
Ignoras os infortúnios dos que sorriem, aparentando felicidade e não sabes das inquietações de que são objeto os que te parecem roubar a quem amas, cavando abismos de distâncias entre o ser amado e tu, mas que, afinal, será despenhadeiro para a própria precipitação, na queda, em cuja borda se encontram...
Não te desgastes pela sofreguidão da posse dos afetos que pensam ou desejam ir adiante, ou sofrem pela constrição da tua presença. Um dia, separar-te-ás deles pela desencarnação. Os amores verdadeiros se refarão, os demais serão experiências para o futuro eterno. Prepara-te a pouco e pouco, para esse momento.
Nem apego exagerado, nem indiferença mórbida.
Aumenta as províncias da tua afetividade, libertando-te das amarras que te atam a pessoas e coisas, irrigando mentes e corações que defrontes, com as alegrias que gostarias de gozar, mas que, por enquanto, ainda não podes desfrutar. Não tomes, assim, dos outros o que te chega tardiamente, nem compliques o amanhã, considerando as dificuldades que hoje te maceram. E se parecer-te difícil chegar ao fim do compromisso, na atual reencarnação, porque te sintas a sós, reflete na misericórdia de Nosso Pai e nos amores que te esperam, vencida a distância que te separa das praias felizes que atingirás, logo mais, onde estarão os que te precederam e te amam em caráter de totalidade.

Divaldo Pereira Franco - Celeiro de Bênçãos - Pelo Espírito Joanna de Ângelis 90

sábado, 13 de abril de 2013

JESUS E ATUALIDADE




A atualidade do pensamento de Jesus surpreende os mais cépticos estudiosos da problemática humana, sempre complexa e desafiadora, nestes dias.
Profundo conhecedor da psique, Jesus penetrava com segurança nos refolhos do indivíduo e descobria as causas reais das aflições que o inconsciente de cada um procurava escamotear.
Não se permitindo derivativos nem adiamentos, enfrentava as questões com elevado critério de sabedoria, que desnudava as mais intrincadas personalidades psicopatológicas, propondo com
rigor a terapia compatível, elucidando quanto à responsabilidade pessoal e eliminando a sombra projetada sob a qual muitos se ocultavam.
Por processos mais demorados, a psicologia profunda chega, no momento, às mesmas conclusões que Ele lograva com facilidade desde há dois mil anos.
Roberto Assagioli, por exemplo, com sua psicossíntese, penetrou nas causas das enfermidades, apoiando-se na realidade “transpessoal” do ser como fator desencadeante das mesmas.
Abraão Maslow descobriu a “psicologia do ser” e abriu espaço para o seu entendimento profundo em relação à psicogênese das enfermidades que deterioram a personalidade do homem.
Groff, relacionando a mente com o cérebro, vai mais além e defronta o ser imortal como agente de inúmeras psicopatologias.
Melanie Klein e Carl Johnson, de origem freudiana, propõem para os esquizofrênicos terapêuticas fundamentadas no amor, na caridade, no perdão cristão como as de maior eficácia, embora se reconheçam arreligiosos.
A personalidade marcante de Jesus impressionava, de forma indelével, todos aqueles que O encontravam.
Identificado com Deus, demonstrava-O em todos os Seus passos, conclamando os ouvintes à conquista da realidade – o reino dos céus – que se encontra no imo de cada um.
A Sua proposta de aferição de valores – os materiais com os espirituais – oferecia a excelente oportunidade para o despertamento mental a respeito da vida e a conseqüente experiência
vivencial em clima de harmonia íntima, com uma identificação entre as possibilidades e as circunstâncias existenciais.
Sem utilizar-se de expressões e conceitos interpolados, falava uma linguagem de simples apreensão pela massa ignorante e pelas mentes elitizadas que O buscavam.
Extraordinário narrador de histórias, uma das artes mais difíceis na área do discurso, e poeta ímpar, em razão das imagens puras na sua riqueza de cores e de significado, os Seus ensinamentos eternizaram-se, reconhecidos como dos mais belos jamais anotados pela gnose.
O sermão da montanha, considerado a “carta magna dos direitos humanos”, é um desafio de não-violência, próprio para esta época, assim como foi para aquela em que Ele o enunciou. Os que
o ouviram, jamais se desimpregnaram da sua magia incomparável.
Não somente, porém, Jesus é atual pelas terapias de amor e pelos ensinamentos que propõe ao homem contemporâneo, mas, também, pelo exemplo de felicidade e exteriorização de paz que
irradiava.
Enquanto as ambições desregradas conduzem as inteligências ao paroxismo e à alucinação da posse, da fama, da glória, das disputas cegas, Ele ressurge na consciência moderna em plenitude,
jovial e amigo, afortunado pela humanidade e a segurança íntima.
A atualidade necessita urgentemente de Jesus descrucificado, companheiro e terapeuta em atendimento de emergência, a fim de evitar-lhe a queda no abismo.
É de extrema necessidade revisarmos situações contemporâneas com ocorrências do cotidiano que aturdem a civilização, buscando respostas da conduta na terapia de Jesus, cujos resultados, obviamente, são a saúde, a paz e a felicidade como experiências ainda não fruídas individual e coletivamente pelos homens.
Joanna de Ângelis.